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Apesar de haver cada vez mais evidência, proveniente de ensaios clínicos com dolutegravir + lamivudina (DTG+3TC) – em primeira linha ou como estratégia de manutenção da supressão viral –, a experiência de vida real é necessária para complementar os dados obtidos em estudos. A coorte URBAN, iniciada em novembro de 2018, fornece dados prospetivos de eficácia, tolerabilidade, impacto da terapêutica no peso corporal e patient-reported outcomes (PRO) em pessoas que vivem com o VIH, que estão sob tratamento com DTG e 3TC – componentes administrados separadamente ou em regime de comprimido único, que passou a estar disponível em julho de 2019 na Alemanha. Na edição deste ano do HIV Glasgow foram apresentados os resultados de dois anos de seguimento desta coorte.
“A terapêutica antirretrovírica dupla com dolutegravir/lamivudina (DTG/3TC) tem vindo a ser utilizada, na prática clínica, como uma das primeiras escolhas de tratamento de doentes infetados por VIH, sobretudo devido aos custos mais reduzidos, aos menores efeitos adversos e menores interações medicamentosas”, começou por afirmar o Prof. Doutor Linos Vandekerckhove, professor de Medicina Interna e Doenças Infecciosas na Ghent University, Bélgica, e autor principal do estudo RUMBA, que foi apresentado hoje, dia 26 de outubro, durante uma sessão de comunicações orais, integrada no programa do HIV Glasgow.
A dose fixa de dolutegravir/lamivudina (DTG/3TC) – um regime composto por dois fármacos antirretrovíricos (2DR) – foi inicialmente aprovada para utilização em doentes naïve em abril de 2019. Uma análise da coorte OPERA comparou a utilização de terapêutica inicial com DTG/3TC versus regimes compostos por três fármacos durante o período pandémico.
A ONU/SIDA adicionou um novo pilar aos objetivos de tratamento, inicialmente definidos até 2020. Este quarto objetivo de tratamento prevê que 90% das pessoas que vivem com o VIH tenham uma boa qualidade de vida. Embora a supressão viral seja o primeiro passo para “uma vida saudável”, os protagonistas do simpósio da ViiV Healthcare, intitulado “Individualised Care for Individual People”, que decorreu no dia 24 de outubro por ocasião do HIV Glasgow 2022, reforçam a importância de considerar diferentes opções terapêuticas, que permitam corresponder às necessidades e às preocupações individuais de cada pessoa que vive com o VIH.