A especialista em Infecciologia realça à News Farma que foi muito interessante, sobretudo, porque “envolveu vários membros da comunidade”. Segundo refere a médica, nessa sessão participou “um indivíduo infetado por VIH” que compartilhou a experiência pessoal, falando sobre o envelhecimento com a infeção e os desafios que “ele próprio teve de superar” ao ter-se confrontado com o diagnóstico, a proximidade com a morte, o facto de ter sobrevivido com a terapêutica antirretroviral e, mais recentemente, ter de enfrentar “comorbilidades não infecciosas que têm tido impacto no seu estilo de vida”. Atualmente com “a perspetiva de que vai realmente envelhecer com esta doença”, este indivíduo “nunca tinha pensado e planeado o seu envelhecimento”.
As questões físicas e psicológicas envolvidas no processo de envelhecimento foram também sublinhadas por este homem, segundo a Prof.ª Doutora Ana Rita Silva, que enfatizou a importância de “todos os profissionais de saúde envolvidos no cuidado destas pessoas falarem sobre este processo para se pensar no envelhecimento desta população”.
No que respeita à parte médica, a infecciologista do Hospital Beatriz Ângelo refere que os intervenientes abordaram a “fragilidade e disabilidade, em que cada vez mais o objetivo do médico infecciologista, depois de controlar a infeção por VIH, passa por fazer de tudo para que se possam prevenir as comorbilidades não infecciosas e o declínio da capacidade física e mental”, algo que apenas “pode ser atingido com uma equipa multidisciplinar”.
De acordo com a Prof.ª Doutora Ana Rita Silva, esteve igualmente em cima da mesa a polimedicação, as alterações neurocognitivas, as quedas, as fraturas, o excesso de peso, a má nutrição e o estigma. Na opinião da especialista, os oradores focaram “aspetos muito relevantes que todos nós devemos começar a incorporar na nossa prática clínica”.