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Dados sobre mortalidade e impacto das comorbilidades nas pessoas que vivem com VIH

Dados sobre mortalidade e impacto das comorbilidades nas pessoas que vivem com VIH

O Dr. François Prevoteau du Clary marcou presença na segunda sessão “HIV Clinical Challenges” para apresentar o “COCOVIH Study: Over-mortality and impact of comorbidities for people living with HIV (PLHIV)”. O especialista do Centre Hospitalier Universitaire de Toulouse deu a conhecer os resultados deste trabalho que suportam a iniciativa WAVE-EACS.

Para justificar a realização do COCOVIH Study, o Dr. François Prevoteau du Clary referiu que, em França, “existem muitos estudos com dados recolhidos a nível nacional, mas sobre tópicos específicos e com diferentes abordagens”. “Poucos estudos têm explorado a sobremortalidade causada pela infeção VIH na população total do país”, completou, lembrando ainda que a “infeção VIH e os seus tratamentos induzem complicações” e que “as pessoas que vivem com VIH têm comorbilidades devido aos fatores de risco comuns”.
De acordo com o palestrante, os objetivos do COCOVIH Study foram estimar a sobremortalidade das pessoas que vivem com VIH, as “sobreprevalências” das comorbilidades em comparação a um grupo de controlo constituído por pessoas que não têm infeção VIH, e o peso destas comorbilidades na sobremortalidade das pessoas que vivem com VIH”.
Para isso, recorreu-se ao “Système National des Données de Santé” (SNDS), “um banco de dados de reclamações e hospitalizações que cobre toda a população francesa (66,3 milhões de cidadãos usuários em 2019)”. Tal como descrito, este banco de dados de registos anónimos inclui “requerimentos para reembolso de medicamentos, consultas e procedimentos por prestadores de cuidados de saúde, dados sobre internamentos hospitalares para códigos ICD10 para diagnósticos primários e secundários, códigos ICD10 para doenças de longa duração que levam a um reembolso de 100% e óbitos com data”.
Em termos de desenho do estudo, “adultos que vivem com VIH foram incluídos entre 2006 e 2019, com base numa doença de longa duração para o VIH, internamentos hospitalares com código ICD10 para a infeção VIH, requerimentos para testes laboratoriais específicos para VIH e para fármacos específicos para a infeção VIH (profilaxia pré-exposição foi excluída)”. Em paralelo, foi também incluído um grupo controlo composto por pessoas da população francesa com idades e géneros correspondentes, mas sem critério para infeção VIH. No seguimento, foram utilizados modelos de regressão cox para “estimar o aumento na mortalidade entre os doentes com VIH, em comparação com os controlos”.
Quanto aos resultados, durante o tempo de duração do estudo aconteceram 20.018 mortes no grupo de pessoas infetadas pelo VIH e 6.262 mortes no grupo controlo. Entre as comorbilidades e fatores de risco, observou-se que nas pessoas infetadas pelo VIH, as doenças infecciosas são o principal problema, bem como a depressão e a hipertensão. Estas duas são as principais comorbilidades observadas no grupo controlo, além da dislipidemia e da asma/DPOC.
Depois de apresentar outros resultados, o Dr. François Prevoteau du Clary afirmou que as conclusões do estudo foram de que “a infeção VIH duplica o risco de morte”, que “as doenças infecciosas explicam metade da sobremortalidade observada”. Mais ainda, “a sobremortalidade relativa é maior entre as mulheres e os doentes mais jovens”, uma vez que estes dois grupos “são menos tratados”. Ainda de acordo com o especialista, observou-se que a “dispensa em tempo real de antirretrovirais no ano de 2019 foi mais baixa do que o expectável”.

 

quarta-feira, 26 outubro 2022 12:38
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