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RESPOND: análise à utilização de medidas preventivas para as doenças cardiovasculares em pessoas com VIH

RESPOND: análise à utilização de medidas preventivas para as doenças cardiovasculares em pessoas com VIH

Durante uma das sessões dedicadas aos “HIV Clinical Challenges”, foram realizadas apresentações orais de abstracts submetidos ao HIV Glasgow 2022. “Use of preventive measures for cardiovascular disease in people living with HIV” foi um dos trabalhos selecionados e trazidos a palco pela Dr.ª Nadine Jaschinski, coordenadora do consórcio internacional RESPOND no Centre of Excellence for Health, Immunity and Infections (Copenhaga, Dinamarca).

A Dr.ª Nadine Jaschinski deu início à sua intervenção, lembrando que “estudos prévios reportaram uma gestão e prevenção do risco de doença cardiovascular (DCV) subótimas em pessoas que vivem com VIH” e que “investigações já realizadas se concentram apenas no uso geral de medidas preventivas para a DCV individuais, como o tratamento com estatinas e aspirina, sem fornecer uma visão global mais ampla”. “Poucas análises consideraram o uso de terapêutica antirretroviral (ART) como uma potencial medida preventiva para DCV, conforme recomendado nas guidelines da European AIDS Clinical Society (EACS)”, afirmou, realçando ainda os “dados limitados para subgrupos-chave como, por exemplo, mulheres, indivíduos mais velhos, etc”.
Assim, o objetivo da análise apresentada pela Dr.ª Nadine Jaschinski foi o de “avaliar o uso de medidas preventivas para a DCV em pessoas que vivem com VIH, com enfoque naqueles com risco estimado de DCV aos 10 anos muito elevado (>10%) em subgrupos-chave”. Entre as medidas preventivas, figuram:
 
• A perda de peso (>7%) em pessoas obesas (IMC >30 Kg/m2);
• Cessação tabágica em fumadores;
• Descontinuação de ART previamente associada a DCV (lopinavir, darunavir e abacavir >6 meses);
• Uso de medicação anti-hipertensiva em pessoas com hipertensão;
• Uso de inibidores da enzima de conversão da angiotensina/antagonistas dos recetores da angiotensina em pessoas com hipertensão e/ou diabetes;
• Uso de medicação antidiabética em pessoas com diabetes;
• Uso de antidislipidemiantes em pessoas com dislipidemia.
 
Quanto aos métodos, a palestrante indicou que foram incluídos participantes do consórcio internacional RESPOND (Neesgaard et al. Microorganisms. 2020) com idades ≥18 anos nos quais se podia calcular o risco estimado de DCV D:A:D a 10 anos (Friis-Møller N et al. Eur J Prev Cardiol. 2016). “Entre os indivíduos com risco muito elevado de DCV (>10%), avaliámos a prevalência do uso de medidas preventivas a 1 de julho de 2012 e na mesma data, todos os anos, até 2019”, explicou, acrescentando que foi utilizado “um modelo de regressão binomial para avaliar fatores associados à utilização de cada medida preventiva para a DCV”.
Relativamente aos resultados, a palestrante disse “não terem sido encontradas diferenças significativas para o uso de anti-hipertensivos, antidislipidemiantes e de IECA/ARA”; o mesmo não se observou para os antidiabéticos, cuja proporção diminuiu de 63,5% em 2012 para 57,1% em 2019. Por outro lado, “verificou-se também que a descontinuação dos ART (referidos anteriormente) aumentou nos anos mais recentes”, enquanto que “para a perda de peso e cessação tabágica não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas ao longo do tempo”.
“Apesar de ter havido um aumento na proporção de pessoas com um risco estimado de DCV muito elevado em 2019 (49%), comparativamente a 2012 (31,5%), as medidas preventivas foram subutilizadas no RESPOND”, assinalou a Dr.ª Nadine Jaschinski como uma das conclusões da análise realizada, que permitiu perceber igualmente que “as pessoas mais velhas e aquelas com diabetes tinham maior probabilidade de receber anti-hipertensivos e antidislipidemiantes, e os participantes com uma carga viral ≥200 cópias/mL e utilizadoras de drogas injetáveis tinham menor probabilidade de usar antidislipidemiantes e optarem pela cessação tabágica”. Por outro lado, observou-se que “o uso de medidas preventivas para a DCV foi semelhante entre géneros”.
Quanto ao impacto dos resultados obtidos, na perspetiva da palestrante, poderão promover uma “maior consciencialização sobre as guidelines para a gestão de fatores de risco de DCV em pessoas que vivem com VIH”, mas será necessária “uma análise mais aprofundada para avaliar o impacto da multimorbilidade na adoção de medidas preventivas para a DCV e os efeitos do uso das mesmas na incidência de DCV no RESPOND”.

 

terça-feira, 25 outubro 2022 15:41
Expert Insight


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