Atualização das guidelines da EACS em destaque
Lacuna entre os ensaios clínicos e a prática clínica: o que falta?
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À medida que mais mulheres com VIH contraído verticalmente atingem a idade reprodutiva, as suas experiências e outcomes de gravidez e parto continuam a melhorar. O acesso ao tratamento, a contagem de CD4 e as taxas de cargas virais indetetáveis durante a gravidez aumentaram, como revela um estudo britânico apresentado do HIV Glasgow.
De maio a outubro de 2022 já foram confirmados 75 345 casos de Monkeypox em 109 países a nível mundial. Na Europa, o pico foi atingido a 10 de julho, com mais de 2500 casos confirmados nesta data. Desde esta altura, assiste-se a um declínio no número de casos de Monkeypox, um tema que esteve em destaque numa sessão, que decorreu no dia 26 de outubro no âmbito do HIV Glasgow 2022.
O poster “Effectiveness and safety of dolutegravir-based two-drug regimens in a multicentre cohort in Spain” resulta de um estudo no qual se observou que, em indivíduos naïves ao tratamento, a eficácia e tolerabilidade de dolutegravir/lamivudina foram semelhantes a outros regimes de terapêutica antirretroviral de primeira linha. Este trabalho permitiu ainda avaliar o switch terapêutico para combinações com dolutegravir em doentes virologicamente suprimidos.
“Treatment-experienced HIV-1 infected patients under salvage regimen with dolutegravir and boosted darunavir: a real-life scenario” é o título de um trabalho, apresentado no HIV Glasgow 2022 sob a forma de poster, que avaliou a terapêutica dupla com dolutegravir em associação a darunavir potenciado (com cobicistat ou ritonavir) em doentes com infeção por VIH-1 multitratados. O Dr. Ricardo Correia de Abreu, infecciologista na Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM) e um dos autores deste poster, comenta os resultados deste trabalho.
A coordenadora da Unidade Funcional VIH/SIDA do Hospital de Cascais, Dr.ª Inês Vaz Pinto, evidencia a participação presencial da equipa no HIV Glasgow. “O contexto do estudo de vida real não é o mesmo dos ensaios clínicos, portanto é muito importante existirem estas evidências”, afirma a especialista em Medicina Interna. Aceda ao depoimento em vídeo.
“Real-life experience with bictegravir/emtricitabine/tenofovir alafenamide (B/F/TAF) in a single centre in Portugal”. Eis o nome de um dos pósteres de autores portugueses apresentados nesta edição do HIV Glasgow. A Dr.ª Ana Gorgulho é interna de formação específica de Medicina Interna do Hospital de Cascais e menciona à News Farma pormenores do póster. Veja o vídeo.
Durante a sessão “Ageing with HIV: From Knowledge to Action”, organizada com a colaboração do European AIDS Treatment Group (EATG), o Prof. Doutor Giovanni Guaraldi, docente na Università degli Studi di Modena e Reggio Emilia (Itália), abordou o conceito de envelhecimento saudável, com enfoque nas pessoas que vivem com VIH e nos obstáculos inerentes diários.
“High efficacy of dolutegravir / lamivudine in treatment-naive adults with HIV-1 and high baseline viral load (VL): 48-week subgroup analyses of the GEMINI-1/-2 and STAT trials” foi o título do poster #056, apresentado pela Dr.ª Charlotte-Paige Rolle (Orlando Immunology Center, Orlando, Estados Unidos da América), no HIV Glasgow 2022.
À luz das novas guidelines da European AIDS Clinical Society (EACS), apresentadas recentemente por ocasião do HIV Glasgow 2022, o candidato ideal à terapêutica com cabotegravir + rilpivirina (CAB + RPV) long-acting (LA) deverá estar virologicamente suprimido (ARN VIH-1 <50 cópias/mL) há, pelo menos, seis meses. Há, atualmente, um maior corpo de evidência com a terapêutica antirretrovírica long-acting, nomeadamente com CAB + RPV, que esteve em destaque na sessão “Lessons Learned on Long-Acting ART: Implementation Insights from European Pioneers”, integrada no programa do dia 25 de outubro do HIV Glasgow 2022.
“Durable efficacy of switching from a three-/four-drug tenofovir alafenamide (TAF)-based regimen to the two-drug regimen dolutegravir/lamivudine (DTG/3TC) in the TANGO study through week 196” foi o título de um trabalho, apresentado pelo Prof. Doutor Jean-Paul Routy, durante a sessão de Comunicações Orais, inserida no programa do dia 26 de outubro do HIV Glasgow.
Quando convidada a comentar uma sessão do HIV Glasgow que tivesse considerado útil e interessante, a Prof.ª Doutora Ana Rita Silva, infecciologista do Hospital Beatriz Ângelo (Loures), destacou “Ageing with HIV: From Knowledge to Action” por ter sido dedicada a um tema pelo qual tem particular interesse. Assista ao vídeo.
“A terapêutica antirretrovírica dupla com dolutegravir/lamivudina (DTG/3TC) tem vindo a ser utilizada, na prática clínica, como uma das primeiras escolhas de tratamento de doentes infetados por VIH, sobretudo devido aos custos mais reduzidos, aos menores efeitos adversos e menores interações medicamentosas”, começou por afirmar o Prof. Doutor Linos Vandekerckhove, professor de Medicina Interna e Doenças Infecciosas na Ghent University, Bélgica, e autor principal do estudo RUMBA, que foi apresentado hoje, dia 26 de outubro, durante uma sessão de comunicações orais, integrada no programa do HIV Glasgow.
A dose fixa de dolutegravir/lamivudina (DTG/3TC) – um regime composto por dois fármacos antirretrovíricos (2DR) – foi inicialmente aprovada para utilização em doentes naïve em abril de 2019. Uma análise da coorte OPERA comparou a utilização de terapêutica inicial com DTG/3TC versus regimes compostos por três fármacos durante o período pandémico.
“96 weeks effectiveness and tolerability of DTG+3TC in naïve patients: the REDOLA study” é o tema de um dos muitos pósteres que expõem as mais-valias da combinação dolutegravir/lamivudina (DTG/3TC) em diferentes contextos. Neste caso, trata-se de um estudo de coorte multicêntrico retrospetivo e prospetivo que incluiu pessoas que vivem com VIH sem tratamento prévio com terapêutica antirretroviral (TARV) que iniciaram DTG/3TC como regime de primeira linha antes de 31 de março de 2020.
A ONU/SIDA adicionou um novo pilar aos objetivos de tratamento, inicialmente definidos até 2020. Este quarto objetivo de tratamento prevê que 90% das pessoas que vivem com o VIH tenham uma boa qualidade de vida. Embora a supressão viral seja o primeiro passo para “uma vida saudável”, os protagonistas do simpósio da ViiV Healthcare, intitulado “Individualised Care for Individual People”, que decorreu no dia 24 de outubro por ocasião do HIV Glasgow 2022, reforçam a importância de considerar diferentes opções terapêuticas, que permitam corresponder às necessidades e às preocupações individuais de cada pessoa que vive com o VIH.
O Dr. François Prevoteau du Clary marcou presença na segunda sessão “HIV Clinical Challenges” para apresentar o “COCOVIH Study: Over-mortality and impact of comorbidities for people living with HIV (PLHIV)”. O especialista do Centre Hospitalier Universitaire de Toulouse deu a conhecer os resultados deste trabalho que suportam a iniciativa WAVE-EACS.
Durante uma das sessões dedicadas aos “HIV Clinical Challenges”, foram realizadas apresentações orais de abstracts submetidos ao HIV Glasgow 2022. “Use of preventive measures for cardiovascular disease in people living with HIV” foi um dos trabalhos selecionados e trazidos a palco pela Dr.ª Nadine Jaschinski, coordenadora do consórcio internacional RESPOND no Centre of Excellence for Health, Immunity and Infections (Copenhaga, Dinamarca).
O fígado gordo não-alcoólico (NAFLD, sigla em inglês que significa Non-alcoholic fatty liver disease) refere-se “a um conjunto de condições que resultam da deposição de triglicéridos nos hepatócitos ou de um processo inflamatório que poderá culminar com fibrose ou cirrose”. Foi com esta explicação que o Prof. Doutor Patrick Ingiliz, hepatologista no Henri-Mondor University Hospital, em França, deu início à sua intervenção, inserida na sessão HIV Clinical Challenges (I), que decorreu ontem, dia 24 de outubro, por ocasião do HIV Glasgow 2022.
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